3 de março de 2008

Poemas no Ônibus - parte II

Vamos então a mais cinco poemas que selecionei como melhores

Biruta

a intensidade
dos ventos
se mede

com a vontade
de ficar.

Paulo Madureira

Auto-Análise

Se eu deitar num divã,
encontrarei o meu ego,
olhando firme, pra mim,
Só quer me ver este cego!

Me deparar, vejam só, com coisas que sempre nego.
De sentir amargor na fruta doce que pego.
De castigar a lembrança, com imagens que renego.
De só gostar do que tenho, quando ao desprezo relego!

Se eu deitar num divã,
perceberei o meu ego
dizer, zombando de mim:
- Depois eu, que sou o cego!

Naura Vieira Dos Santos

Aquecimento Global e o
Universo Feminino

Calorões em pleno inverno.
Estaria a Mãe Terra
entrando na menopausa?

Fernanda Lemos Tatsch

Desaviso

Enquanto os humanos se atropelam,
Na busca vã do último táxi,
O moribundo, calmamente,
Acena para o ônibus que ninguém viu...

Eduardo Cassol Lopes

Degustação

Da batata da tua perna
À maçã do teu rosto
Sinto teu gosto
E sinto que gosto

Juliano Osterlund

Um comentário:

Anônimo disse...

oi.
navegando por aqui encontrei meu poema... hehehe!
valeu! beijos de outro geminiano.