2 de março de 2008

Poemas no Ônibus - parte I

É impossível não ler os poeminhas enquanto viajo de ônibus por Porto Alegre. Dos 18 que selecionei como melhores, aí vão os primeiros cinco:

Epitáfio

Foi difícil me engolir?
Voltarei com bula
Em forma de elixir.

Ana Mello

Estagiário

Tempo inimigo
Zombeteiro,
Não facilitador, ingrato
Quando se acha que realmente aprendeu alguma coisa,
Acabou o contrato.

Eduardo Morais

Vende-se

Vende-se uma cama de casal
tamanho normal
ou troca-se por uma cama de solteiro;
ainda vai de brinde um travesseiro
e uma colcha rendada, que está um pouco amassada
e só traz recordação.
Motivo: separação

Nelcí de Abdala

Setilha

Se ao passado só se volta
na garupa da lembrança;

e ao futuro só se chega
no galope da esperança;

o melhor é não ter pressa,
pois se alguém o tempo apressa,
té do presente se cansa.

Carlos Alberto de Assis Cavalcanti

Adaptação do cotidiano para um momento de vazio (a seco)

Eu não deixo recadinhos babacas
Nem tenho atitudes melosas
Cheias de ternura!

Mas ela sabe
Que no meu coração de pedra
Fez uma rachadura!

Tunai Giorge de Oliveira Leites

Nenhum comentário: